Há menores de idade a apostar no Placard, o jogo de apostas desportivas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa disponível em cafés e papelarias de todo o país, inclusivamente junto a escolas.
O controlo do jogo é deficiente, e estão a ser divulgados casos de menores de idade e mediadores a ser identificados pela GNR após terem sido apanhados em flagrante.
No Jornal de Notícias de 21 de Janeiro de 2016 lê-se no título princial da capa "Apostas de menores no jogo Placard fora de controlo".
Em dias de jogos grandes fazem fila nos mediadores da Santa Casa situados junto às escolas.
Há menores viciados no Placard, que jogam até o dinheiro para as refeições. A dependência é tão forte que, em dias de jogos grandes de futebol, os jovens estudantes fazem filas para apostar, em particular nos mediadores situados nas proximidades das escolas. Ao JN, a Santa Casa da Misericórdia (SCML) garante que "não tem conhecimento concreto dessa situação" e, caso venha a ter, "atuará nos termos da lei". É aos mediadores que cabe fazer cumprir as regras, ou seja, impedir que os menores joguem. Neste ou noutro jogo qualquer.
Em apenas quatro meses de vida, o Placard, novo jogo de apostas desportivas, conseguiu a proeza de cativar quase meio milhão de apostadores, entre os quais muitos menores, legalmente impedidos de jogar. Fenómeno que ninguém controla.
GNR identifica proprietário de papelaria de Alpiarça depois de denúncias de edicadores.
O Jornal Rede Regional já tinha publicado no seu site, dia 19 de Janeiro, notícia da GNR de Alpiarça ter apanhado menores a jogar no Placard.
O proprietário de um café e dois menores, de 15 e 16 anos, foram identificados pela GNR de Alpiarça após terem sido apanhados em flagrante com boletins registados no Placard, o novo jogo de apostas da Santa Casa.
Esta operação foi montada pela GNR de Alpiarça após várias denuncias de encarregados de educação e moradores acerca da aceitação de apostas a menores.
O proprietário do estabelecimento incorre num processo contraordenacional que vai desde a simples advertência escrita a uma coima de 25 mil euros, sendo uma das sanções acessórias a perda da licença de exploração dos Jogos Santa Casa.
O expediente legal relativo aos menores vai ser remetido à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Alpiarça.
Também o Diário de Notícias noticia hoje que "adolescentes chegam a usar dinheiro das refeições para apostar".
Os dois jovens identificados foram referenciados à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens; tinham registado um boletim no valor de dois euros, com ganhos de 28,90 euros.
De acordo com o JN, os menores usam o talão com o número de contribuinte dos pais ou de um colega maior de idade. Alguns chegam mesmo a registar-se com o próprio NIF, já que os terminais não detetam se o número pertence a um menor. Ao jornal, vários agentes dos jogos da Santa Casa relataram situações de verdadeira "loucura", mencionando casos em que os jovens vêm sozinhos dizendo que têm autorização dos pais ou que a mãe está à espera no carro.
No caso de as apostas dos menores serem premiadas, os mediadores nada podem fazer a não ser entregar o prémio: se a aposta foi registada, não é possível reter o talão vencedor.
Desde o lançamento, em setembro de 2015, o Placard registou mais de 65 milhões de euros em vendas brutas, indica o JN, precedido apenas pelo Euromilhões e pela Raspadinha, que está no topo das preferências dos apostadores.
Fontes: JN, Rede Regional e DN.
Acho completamente incompreensível como não existe um maior controle nas apostas do Placard. Como é permitido um menor apostar, mesmo quando dá o seu NIF? Penso que a ANAon tem aqui matéria para colocar um processo judicial à Santa Casa.
No caso desta notícia prova-se que a lei do jogo e os impostos que vamos pagar não garantem a protecção do jogador. É tudo uma treta. Podem estar a criar uma geração de viciados no jogo e nem se importam. Só lhes interessa encher os bolsos com os nossos impostos, porque contrapartidas não dão nenhumas.
Numa outra notícia que saiu no jornal "I" diz assim: "O Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos já veio garantir que este regime será uma medida de transição até que possa ser instaurado no país o regime normal. Até lá, o órgão regulador vai estabelecer negociações com outros países, como é o caso de Espanha e França." (http://www.ionline.pt/artigo/493677/jogos-online-jogadores-de-poquer-ameacam-boicotar-mercado-portugu-s?seccao=Portugal_i )
Será que estão bem informados? Será que só vão falar com Espanha e França? Será que teremos mesmo a liquidez internacional ao estilo inglês? Temos de estar atentos senão passam-nos a perna outra vez.
Abraço