
Quatro jogadores do Rio Ave terão sido pagos para perder jogo de fevereiro da Liga.
Apostas foram suspensas pela Santa Casa e ainda pelas duas casas de apostas online, Betclic e Bet.pt.
Uma alegada aposta de 100 mil euros proveniente de um chinês era notícia no início de fevereiro. Ao que parece o volume atípico de apostas registado no confronto entre o Feirense e o Rio Ave, para a 20º jornada da Liga, valeu a suspensão de apostas, tanto pela Santa Casa, como pelas duas casas de apostas com licença para operar em Portugal, a bet.pt e a betclic.
De acordo com uma notícia avançada pela SIC, e devido aos valores exagerados de apostas para um jogo da Liga, a Polícia Judiciária do Porto está a recolher indícios de crime a investigar o caso.
Quatro jogadores do Rio Ave foram constituídos arguidos e outros jogadores estão a ser investigados sobre encontros das últimas temporadas.
Ao que tudo indica, os arguidos já ouvidos pelo Ministério Público, terão sido pagos por intermediários – especializados em match-fixing – para perder o jogo. Depois deste pagamento ser feito – que a PJ acredita terem sido feitos em dias anteriores à partida – os intermediários apostavam nos resultados do jogo online ou através do jogo físico, como o Placard.
O organismo que gere as apostas em Portugal suspendeu, por volta das 15h50 do dia 6 de fevereiro, segunda-feira, todas as apostas relativas ao confronto entre o Feirense e o Rio Ave, para a 20º jornada da Liga. A SIC avança que havia até 500 mil euros em apostas na mesma tendência e que 50 mil euros diziam respeito a só um apostador.
O jogo em causa — apenas com 1.309 espectadores — aconteceu no Estádio Marcolino Castro, em Santa Maria da Feira e terminou com a vitória do Feirense com dois golos marcados por Platiny aos 6 minutos e Karamanos aos 74 minutos. O Rio Ave reduziu a diferença com um golo de Gonçalo Paciência.
Em comunicado, o Rio Ave reage com “espanto e indignação” e diz-se orgulhoso de ter “no seus quadros atletas e profissionais íntegros e competentes acima de qualquer suspeita”. Demarca-se ainda “deste ou de outro assunto que desvirtue ou ponha em causa a verdade desportiva”.
A Liga de Clubes reagiu à notícia afirmando que não se vai imiscuir "naquilo que diz respeito aos órgãos de Polícia Criminal e aos órgãos de disciplina desportiva", mas garante que pretende intervir no inquérito enquanto assistente.