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O dia a dia de um apostador profissional

O dia a dia de um apostador profissional

Sou trader, punter e tipster profissional em mercados de futebol e cavalos. Já tenho escrito vários artigos para a Academia das Apostas e aproveito agora para me apresentar e contar como é um dia da minha vida como apostador profissional.

Começo por lembrar que é possível ganhar dinheiro com as apostas desportivas: não é sorte, é matemática.

por Josué Ramos   |   comentários 0
segunda, janeiro 10 2022

Hoje em dia, em todo o mundo, centenas de biliões de Euros são gastos em apostas. Este tipo de coisa não aconteceria se não desse lucro, e não estou a falar apenas dos lucros das casas de apostas, mas também dos lucros dos profissionais.
 
A primeira questão é: como é isto possível?
 
E a resposta é simples: a matemática permite-o. Uma casa de apostas tem lucro quer o apostador perca a aposta quer ganhe, não importa, porque há uma comissão que colocam na odd projetada (a odd é a probabilidade de a seleção do mercado ser vencedora).
 
A segunda questão é: como pode um apostador ter lucro neste jogo?
 
Antes de mais, não se trata de jogo. Os apostadores não são apostadores e as apostas desportivas não são um tipo de jogo. Esta informação é totalmente errada. A resposta a esta pergunta também é simples e é semelhante à primeira, porque se a casa de apostas coloca a sua comissão nas odds e ganha por igual, o apostador faz o mesmo e, a longo prazo, pode ser rentável.
 
A diferença é que o apostador profissional procura identificar as odds desajustadas da casa de apostas, obtendo assim valor a partir destas linhas. Assim, a longo prazo, ou seja, no prazo de temporada, com muito estudo pode ser rentável.
 
Isto nada tem a ver com ganhar ou perder uma aposta, pois um apostador não pretende ganhar uma aposta, pretende apostar em linhas com valores comprovados na sua matemática.
 
 
Confuso? Bem, não deveria ser. Pense num apostador como um investidor, porque é isso que todos nós somos, ao contrário do que todos pensam. Não jogamos com a sorte, jogamos com números.
 
Não estou a escrever este artigo para dar uma lição sobre probabilidades, mas basicamente as apostas desportivas são pura matemática e a diferença relativamente a outros jogos que têm a mesma base matemática, como a roleta, por exemplo, é que nas apostas desportivas pode-se extrair valor pelas variáveis que são atribuídas aos eventos, facto que não permite que as casas de apostas cheguem a odds verdadeiramente reais para os eventos.
 
É precisamente neste ponto que um grande apostador se destaca, pois pode aproximar-se mais das verdadeiras probabilidades desse evento do que as casas de apostas, mas apenas com muito estudo e dedicação.
 
Na roleta, cada aposta que se faz é matematicamente perdedora a longo prazo. Basta estudar as apostas disponíveis neste tipo de jogo e fazer as contas.
 
 
Outro fator importante é que apostar é uma espécie de contrato sobre quem estaria certo num evento. Por isso, é sempre estranho ver as apostas desportivas apenas como apostas, mas uma mentira mal contada tem mais credibilidade do que a verdade.
 
 
Como qualquer apreciador de matemática, não acredito na sorte ou no azar, acredito que tudo o que acontece estava destinado a acontecer. Se havia uma hipótese de acontecer algo, então há uma probabilidade de o descrever numericamente.
 
No fundo, quando investimos o nosso dinheiro, fazemos o mesmo estudo que os gestores e empresários fazem quando iniciam um negócio. Deste ponto de vista, apostar na vitoria de uma equipa não é muito diferente de investir num restaurante, por exemplo.
 
Por outras palavras, as apostas desportivas são matemática pura. Não procuramos vencedores, tentamos projetar as odds tão corretamente quanto possível e, aplicando os nossos conhecimentos do desporto, avaliamos a melhor opção e se vale a pena investir na odd oferecida pela casa de apostas...
 
São coisas complexas. Estudamos e procuramos informação várias horas por dia, mas se perguntamos a alguém que não conheça este meio como é que imagina um jogador profissional, ou não o consegue descrever ou descreve os estereótipos que são apresentados nos filmes: gangsters ricos e aborrecidos que fumam charutos cubanos e vivem uma vida de drogas, mulheres e crime. Mas a realidade é muito diferente!
 
Atualmente, há alguns apostadores profissionais aqui no Brasil, entre traders, brokers, tipsters e punters que gerem as suas próprias bancas. São muito poucos os que têm nas apostas desportivas o seu principal rendimento. A maioria tem nas apostas uma fonte de rendimento extra, no entanto, não deixam de ser profissionais qualificados na área por terem nas apostas apenas um rendimento extra.

 

A MINHA EXPERIÊNCIA COMO APOSTADOR PROFISSIONAL

Dos que têm as apostas como principal fonte de rendimento, poucos são os punters. Só conheço 3 no Brasil e um deles é um broker e tipster bem conhecido e não tem a sua própria banca, mas vive exclusivamente das apostas desportivas. Encaixo-me no grupo de apenas 3 punters que obtêm a maior parte dos seus rendimentos da sua própria banca. É mais difícil ver punters a gerir uma banca e a viver disso, do que traders, porque para ser um trader profissional e obter um bom rendimento anual não é necessário ter uma banca muito alta. No entanto, no mercado de punters, com toda a sinceridade, com uma banca de menos de 15 mil euros quase morreria à fome.
 
No início, ser trader ajudou-me muito a aumentar a minha banca, mas hoje em dia dedicar todo o meu tempo ao trading já não é necessário, pelo que me concentro em poucas negociações por semana e me concentro em eventos pré-live em mercados com muita liquidez, nos quais posso fazer poucos movimentos e obter bons lucros. No caso de eventos ao vivo, apenas faço trading em futebol e em certos jogos cuidadosamente selecionados.
 
A minha rotina começa às 5 da manhã, horário de Brasília, sem atrasos. Não importa se dormi bem ou não, se passei a noite acordado, porque o mercado não espera por mim. Atualmente sou punter em dois mercados muito diferentes, futebol e corridas de cavalos, e também faço trading em ambos, mas vale a pena notar que as aptidões para ser um trader ou um punter nesse mercado são totalmente diferentes, pois ser um punter dá muito mais trabalho.
 

Pense bem nisto. Acordo às 5 horas da manhã, tomo um café e como alguma coisa. Logo depois:

  • faço as primeiras sondagens dos hipódromos da Grã-Bretanha;
  • verifico as condições meteorológicas e o estado do terreno;
  • obtenho as últimas informações gerais de alguns tratadores que trabalham nos locais dos eventos;
  • depois concentro-me nas bases de dados para projetar as odds para algumas das corridas pré-selecionadas.
Entretanto, alterno os dias em que começo a estudar corridas de cavalos, porque há dias em que tenho de me concentrar nas odds de abertura de certos campeonatos de futebol, que normalmente abrem por volta das 5 da manhã nas casas de apostas asiáticas. Normalmente já tenho as minhas linhas projetadas na noite anterior à abertura. De manhã apenas confirmo as linhas e as odds e faço as minhas apostas.
 
 
Mas no futebol a parte da confirmação não demora muito, meia hora ou menos. Confirmo as linhas, faço as minhas apostas e estou livre para me concentrar nas corridas de cavalos.
 
Termino sempre a minha pesquisa de mercados de cavalos por volta das 8 da manhã e depois envio as dicas de apostas aos grupos de investidores que me contratam. Depois começo a escrever prognósticos para os sítios aos quais presto este serviço, o que acaba por ser algo muito importante na minha rotina, porque durante a escrita destes prognósticos já várias vezes percebi que a aposta que ia fazer talvez não fosse a melhor para o evento. De facto, quando escrevo sobre um jogo analiso em profundidade o evento e não deixo passar nada. Assim, o que parecia bom antes, ao olhar apenas para os números, não é tão bom ao fazer uma análise mais aprofundada e isto torna-se vital, do meu ponto de vista.
 
Tenho tendência para passar o dia todo concentrado em apostas, porque passo o dia inteiro a escrever sobre este assunto. Por isso, faço alguns intervalos para ver algumas corridas de cavalos e às vezes faço alguns trades antes das corridas, nunca durante.
 
Depois do almoço, sigo a mesma rotina de escrita, mas durante a tarde faço normalmente muitas pausas, pelo menos uma pausa a cada 1h30 de trabalho, para não ficar stressado. Por vezes passo tanto tempo em frente do computador que preciso de sair e falar com alguém para me lembrar que ainda sou humano.
 
As pausas são muito importantes para evitar o stress e aprendi isto da maneira mais difícil. Sei que é fundamental manter a saúde física e mental, porque a sobrecarga numa qualquer função dá uma má colheita dos frutos do nosso trabalho, para além de comprometer a nossa saúde.
 
Durante a semana, exceto nos dias de jogo da Liga dos Campeões, normalmente acabo o trabalho às 16:30. Nos dias de Liga dos Campeões apenas espero que o jogo que estou a seguir termine. A partir das 16h30 tenho sempre tempo livre, pois não aposto como apostador em eventos ao vivo e escolho à mão os jogos em que vou trabalhar como trader. Tenho sempre muito tempo livre e os únicos dias em que trabalho à noite é quando é o último dia de algum campeonato que sigo profissionalmente no futebol. Depois espero que o dia do jogo termine e rascunho as linhas ou, no caso da MLS, rascunho antes dos últimos jogos começarem e depois verifico alguns resultados para mudar algumas linhas. No fim-de-semana só trabalho no sábado de manhã como trader num jogo da Bundesliga.
 
 
Tudo isto resume os meus dias na profissão de apostador. Falando assim, parece que tudo é muito simples e calmo, mas ao mesmo tempo que administro a minha banca com 6 dígitos, sou um apostador de corridas de cavalos, um mercado onde a variação é enorme e a sequência de vermelhos por vezes parece nunca acabar. Já perdi mais de 40.000 em menos de um mês, o que para uma banca como a minha, que pretende obter pouco mais de 100.000 de lucros num ano, é doloroso e frustrante. O importante é não perder a cabeça nem meter os pés pelas mãos. Qualquer vermelho com o trabalho certo e sem pressa ou nervosismo será recuperado muito rapida e naturalmente, por isso, nunca podemos perder a calma e forçar as coisas.
 
O que não mencionei é que durante o dia ainda temos a troca de informações com outros apostadores, a recolha de informações de batedores e a pesquisa de informações sobre as equipas.
 
Não falo muito sobre isso, mas esta recolha de informação é sempre o fator que consome mais tempo durante o dia. Mas aprendi a otimizar o meu tempo a este respeito. Cada vez que vou lanchar, comer, enfrentar qualquer fila num banco, ou em qualquer outro lugar onde paro por qualquer razão, abro o meu notebook ou o meu telemóvel e leio as notícias acessíveis na internet. Vejo as páginas dos meios de comunicação social das equipas, fóruns que podem ter informações sobre as equipas, falo com outros jogadores e finalmente analiso o que os meus scouts têm para me mostrar.
 
Normalmente só reportam sobre algumas equipas, enviando-me notícias quentes sobre partidas, salários em atraso, divisões no seio da equipa, lesões, mudanças táticas, declarações controversas, tudo o que preciso de saber sobre uma determinada equipa. No entanto, não tenho informadores para todas as equipas de uma liga e preciso de o compensar com notícias. Ter informação privilegiada é sempre vital para aumentar a stake, bem como o contacto com outros apostadores respeitados, porque isso ajuda muito na análise de uma aposta.
 
Esta é basicamente a minha rotina de trabalho hoje em dia. Costumava ser uma rotina mais louca, sobretudo porque estava a tentar aumentar a minha banca. Hoje em dia é bem mais calma, mas a responsabilidade tem aumentado muito. Gosto de cada parte desta rotina e penso que cada processo é importante para um bom resultado final.
 
Hoje em dia tenho uma gestão de banca muito bem definida. Trabalho durante um ano inteiro para fechar o balanço de lucros e perdas apenas no final. Depois uso uma parte do lucro para gastar no ano seguinte e a outra parte do lucro volta para a banca para a aumentar. A outra parte são os impostos. A parte que retiro para me sustentar durante o ano divido-a em 14 partes, uma para cada mês do ano, uma para as férias e a décima quarta parte é dinheiro para alguma emergência. Para além de tudo isto, ainda tenho o rendimento dos meus serviços como tipster, pois escrevo para websites, trabalho com investidores e vendo picks em sítios do ramo. Tudo isto em conjunto dá um bom salário mensal.
 
 
Esta é basicamente a minha vida como profissional de apostas. Ainda estou no início e gosto desta linha de trabalho. Gosto da base matemática que utilizo e é uma profissão que vou querer ter para o resto da minha vida.
 
Muitas pessoas pensam que não há estabilidade financeira com as apostas, mas estão completamente erradas, porque a gestão deve ser feita como numa empresa. É algo simples. Basta pensar um pouco. Para ganhar dinheiro com uma empresa, esta precisa de ter lucro. Nas apostas é o mesmo. Além disso, não dependemos de ninguém e as nossas decisões são o que define o nosso futuro.
 
É preciso investir bem e saber calcular a variação, porque haverá altos e baixos durante uma época e isto não tem nada a ver com sorte ou má sorte, tal como expliquei no início. As apostas desportivas são matemática pura e a sorte não existe na matemática. Evitar a variação é uma coisa simples, basta ter paciência e concentração. Tendo isto sempre em mente, não terá problemas em ter um bom lucro no final de uma temporada.
 
 

Falei sobre a minha rotina e ainda não me apresentei. O meu nome é Josué Ramos. Sou brasileiro, gaúcho e vivo no interior do Rio Grande do Sul. Sou um trader, punter  e tipster profissional. Como tipster trabalho para os maiores sites do mundo no ramo, como a Academia das Apostas, onde também tenho vários artigos escritos por mim. Estou apenas no início da minha carreira e tenho muitos objetivos que quero superar e outros que quero alcançar. Ainda tenho muito para a aprender e para evoluir neste mercado. Este é apenas o início da caminhada.


Espero que tenham gostado do artigo. Um grande abraço e bons lucros para todos.