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O corpo não dura sempre ou mente – estratégias no ténis

O corpo não dura sempre ou mente – estratégias no ténis

O US Open é um torneio icónico, histórico e, acima de tudo, o mais conhecido e centralizado no mundo inteiro.

Falemos do drama, do respeito, da garra, do espetáculo e, principalmente, das estratégias no ténis.

por Academia   |   comentários 0
sexta, setembro 3 2021

Acontece no US Open como poderia acontecer no Wimbledon, Roland Garros e Australian Open – cada torneio tem uma peça especial diferente, uma linha construtiva sobre cada acontecimento e as próprias estratégias no ténis.

A diferença entre o US Open para os outros grandes torneios é que é o último Grand Slam da época, logo por aí pode ser especial para muitos tenistas, porque isso obriga os mesmos a libertarem o seu último suspiro, mesmo que isso implique levar o corpo ao limite.

Vejamos a listagem de jogadores do US Open 2021 que são exemplo disso:

  • Davidovich Fokina, que atingiu o seu melhor ranking (ranking 32), acabou por cair contra um desconhecido, o argentino Marco Trungelliti (ranking 198). O motivo da derrota foi porque o espanhol abordou um match-point no segundo serviço e caiu para o chão cheio de caibras, dores agressivas, um claro aviso de que o corpo já não aguentava mais. Acabou por perder a partida frente ao argentino, onde saiu bastante magoado e triste com a sua situação física.
  • Marin Cilic, o veterano croata enfrentou o alemão Phillip Kohlschreiber – onde o croata entrou a ganhar o primeiro set e venceu também o segundo. Talvez com algum peso de jogos em cima, o seu corpo começou a mostrar problemas físicos, nomeadamente no terceiro set, e acabou mesmo por ceder ao alemão. O caso pareceu agravar cada vez mais e acabou por ceder também o quarto set. Parece que foi obrigado a desistir no último set para não agravar cada vez mais a lesão. Foi a primeira vez que o croata se retirou num encontro em toda a sua carreira.
  • Holger Rune, que atingiu o seu melhor ranking da época (ranking 145), acabou por cair contra Novak Djokovic. Um encontro de altos e baixos, mas principalmente foi marcado pelo respeito que o atual número um, Djokovic, teve para com o jovem dinamarquês, que acabou por dar tudo para conquistar o segundo set (acabando por elevar o seu nível para um nível supremo). As consequências estavam à vista e o seu corpo chegou ao limite e não aguentou mais. Rune não desistiu, mas ficou bastante desiludido por não ter conseguido aquilo que tanto quis. É preciso estar atento ao que Rune poderá fazer no futuro, mesmo tendo perdido – não desistiu e lutou até ao fim da partida.

O corpo não dura para sempre, mas, por vezes, existem jogadores que gostam de mentir sobre a fraqueza do seu corpo como uma forma de “inverter” a situação a seu favor, vejamos os seguintes exemplos.

Estratégias no ténis

  •  Ida ao balneário no final de cada set

Cada vez mais, o uso agressivo de coaching por trás das bancadas está a ser algo muito recorrente por jogadores como Stefanos Tsitsipas, que já veio alegar no Twitter (onde foi criticado por Nick Krygios por esta publicação) que o coaching deveria ser permitido ao longo de todos os pontos no ténis. O tenista grego já foi fortemente criticado por Alexander Zverev, em Cincinnati, pelas constantes idas ao balneário para alegadamente pedir conselhos ao seu coach/pai Apostolos Tsitsipas. 
E não ficou por aqui: utilizou a mesma estratégia contra um jogador de menor dimensão que o alemão de ouro olímpico, o antigo número um, Andy Murray. O britânico criticou fortemente o grego praticamente no decorrer no último set da partida e talvez isso desviou as atenções do britânico daquilo que era a realidade do jogo. Acabando o grego por ter um set bastante seguro e confortável. Será uma estratégia a manter? Esperemos que sim, porque resulta quando se está a lutar contra o prejuízo.

  •  Uso excessivo de bolas novas

Uma das estratégias, e já um pouco antiga, é o uso excessivo de bolas novas. Muitos jogadores, para fechar um set ou uma confirmação de um break (estes géneros de situações são considerados normais), têm a tendência de pedir bolas novas e isso pode causar alguma pressão no seu adversário e, caso haja uma má gestão emocional do servidor, as coisas também podem correr mal para esse lado. Visto que as bolas novas podem resolver o problema ou não.
Vejamos o exemplo do jogo Novak Djokovic contra o Holger Rune, na primeira ronda do US Open 2021: O sérvio que tem a pressão de vencer o US Open, devido ao seu fracasso da conquista ao ouro olímpico, colocou na partida toda 17 ases (sendo que 6 foram colocados no último set, quando Rune estava lesionado). 
Mas no segundo set que perdeu para Holger Rune, o sérvio registou 1 às para 5 duplas faltas – o que mostrou bastante pressão no momento de servir. No terceiro set, as coisas mudaram muito e porquê? Djokovic pede bolas novas para começar a servir para o terceiro set, e a estatística mudou drasticamente – 6 ases e 1 dupla falta.

  •  Fingir lesões ou alegar lesões para uma quebra de ritmo

Existem muitos jogadores/as que usam o medical timeout para conseguir as seguintes situações:

- Resolver o seu problema físico (até pode ser uma situação muito pequena);
- Quebrar o ritmo do adversário e o seu excesso de confiança (algo muito recorrente);
- Libertar frustrações, adversidades, desligar o clima intenso e, acima de tudo, acalmar os ânimos pontuais da partida.

Vejamos os seguintes exemplos:

- Roger Federer vs Tennys Sandgreen (Australian Open 2020 – QF)

É um exemplo perfeito de alegar uma lesão para quebrar o índice de confiança que o adversário praticava na altura. Tennys Sandgreen realizou nesse jogo a maior exibição da época e apresentou uma grande forma contra o Federer. O suíço, durante o decorrer do primeiro set, apresentou um grande nível de ténis, até ao momento em que o americano - Sangreen - inverteu completamente as probabilidades para o seu lado. Federer parecia abatido fisicamente e emocionalmente – teve que recorrer a um medical timeout depois de ter perdido o terceiro set contra o americano.  E o que sucede? 

Federer mudou completamente a sua dinâmica de jogo, começou a servir bem e, naturalmente, o seu jogo estava a fluir dentro da estratégia que era pedida. O ponto estratégico do Federer começou na afirmação do seu jogo, da fluidez e, por fim, na procura de defender os pontos. No final da partida, Federer venceu e mudou o jogo onde as probabilidades não estavam no seu lado. 

- Dayana Yastremska vs Alja Tomljanovic (HUA HIN, China 2019 – Final)

É outro exemplo perfeito para alegar uma lesão e resolver esta mesma e porquê? 

Praticamente no fim da partida, Tomljanovic iria servir para ganhar o jogo e foi aqui que tudo mudou a favor da Dayana Yastremska. A ucraniana pediu um medical timeout e colocou a australiana Alja Tomljanovic numa zona de pressão psicológica. A australiana começou a disparatar bolas pela sua insegurança no seu jogo e oferece o break à sua adversária. O jogo equilibrou e as duas jogadoras levaram o resto do jogo para a montra final, o tie-break.

Dá para perceber qual é o desfecho da história, tendo em conta que a Alja Tomljanovic teve a oportunidade de fechar a partida rapidamente e vê a sua oportunidade evaporar. Faz parte da estratégia, faz parte do processo e, no final, a ucraniana exibe-se com o troféu de Hua Hin. Não é torneio de grande importância ou visibilidade, como por exemplo, um Grand Slam como US Open – mas serve de exemplo para situações em que isto acontece com frequência.

Não foi a primeira vez que esta jogadora se submete a um medical timeout, mas isto para dizer que alterações passageiras podem mudar radicalmente um jogo de ténis, principalmente isto é algo que nasce com alguma frequência no ténis, principalmente no circuito feminino.

Perguntas Frequentes
O US Open é um torneio de ténis disputado nos Estados Unidos. Desde 1987, o US Open é cronologicamente o quarto e último dos Grand Slams no ano.
O US Open 2021 é a 54ª edição da era aberta e a 141ª de todos os tempos e acontecerá entre 30 de agosto e 12 de setembro.