Devido à pandemia do Covid-19, o negócio das apostas perdeu até 90% nos meses de março a abril.
Ainda assim, as receitas totais subiram face ao período homólogo.
Com a pandemia do Covid-19 a prejudicar a atividade das apostas desportivas em 70% a 90%, as reivindicações para alargar a oferta de novos jogos no mercado português foram reforçadas.
A paragem nas competições entre março e abril fez com que a atividade no setor sofresse uma quebra acentuada, por isso, Gabino Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Apostas e Jogo Online (APAJO), acredita que a introdução de novos produtos “poderá compensar a falta de competições e ajudar os operadores licenciados a concorrer com o mercado ilegal, que oferece todo o tipo de jogos”.
O pedido não é de agora. A pandemia só veio reforçar. Os operadores licenciados em Portugal pedem a introdução de jogos, como E-Sports, eventos virtuais ou a introdução de mais jogos de casino ao vivo.
No entanto, o alargamento do leque de oferta passa por autorizações legislativas.
Ainda assim, receitas totais sobem
Apesar da queda abrupta na paragem das competições, o mercado português das apostas e jogos online não parou.
No fim de maio, a Comissão de Jogos do Turismo emitiu uma nova licença para a exploração de jogos de fortuna ou azar, com a Bidluck a tornar-se na 14.ª operadora no país e o número de licenças a chegar a 23.
Os últimos números divulgados pelo SRIJ a 3O de abril de 2020 são o resultado de um sector dinâmico e em evolução.
Do documento, que o site do SRIJ disponibiliza, percebemos que no primeiro trimestre deste ano, as receitas brutas atingiram os 69,8 milhões de euros, um aumento de 47,5% face ao período homólogo de 2019 e de 6,7% face ao último trimestre do ano passado.
O volume de apostas desportivas ressentiu-se já da suspensão dos jogos provocada pela pandemia do Covid-19 – ainda apenas a afetar parte de março. Totalizou 149,1 milhões nos três primeiros meses deste ano, uma quebra de 19,5% face ao trimestre anterior, mas ainda assim um aumento de 13,5% quando comparado com o homólogo de 2019.
Pelo contrário, o volume de apostas em jogos de casino subiu para 960,8 milhões de euros nos três primeiros meses deste ano, um aumento de 57,9%, também derivado da atribuição de mais seis licenças face ao período homólogo. Face ao quarto período de 2019 registou um incremento de 12,7%.
Um dado interessante e também importante nesta análise é o aumento de novos registos face ao mesmo período de 2019: uma subida de 25,8%.
Este ano, uma das mudanças mais significativas incidiu na alteração das taxas do Imposto Especial de Jogo Online, que deixaram de ser progressivas. Esta mudança na lei deveu-se às preocupações manifestadas pela Comissão Europeia, que considerava o anterior modelo um apoio do Estado ao setor.
A secretaria de Estado do Turismo continua a trabalhar na avaliação do atual regime e, Gabino Oliveira (APAJO) confirma a existência de reuniões, esperando que, desta vez, a revisão da lei incorpore o alargamento da oferta.
O Estado arrecadou 20,8 milhões em impostos no primeiro trimestre, mais 40,1% face ao trimestre homólogo.