Betfair investe 25 milhoes de euros na blip (empresa portuguesa)

[frede marques]

Empresa do Porto produz ‘software’ para um dos grandes grupos internacionais de apostas desportivas online.

O jogo online só agora foi aprovado em Conselho de Ministros. As primeiras licenças deverão ser atribuídas até ao final do ano, mas há pelo menos uma empresa em Portugal que trabalha nessa área desde 2009. Nesse ano nascia, no Porto, a Blip, fundada por três engenheiros de ‘software', com a actividade bem definida, e que mantém até hoje: "Desenvolvemos aplicações web e serviços para a área das apostas online. Fazemos o desenvolvimento de um site da Betfair, o Exchange, para apostas desportivas para a versão desktop ", explica Daniel Silva, ‘delivery manager' da tecnológica.

No ‘open space' que a empresa ocupa no coração do Porto, perto da Avenida dos Aliados, o ambiente é informal, mas o trabalho é exigente. "A Blip apresenta um desafio tecnológico muito grande para os colaboradores, estamos a falar de sites que são utilizados por muitos milhares de pessoas, em simultâneo. Os sábados à tarde são particularmente interessantes, porque há sempre muita actividade, há os jogos de futebol em Inglaterra, as corridas de cavalos.... Temos de nos superar todos os dias para desenvolvermos produtos que são estáveis e capazes de aguentar com esse volume todo", diz Daniel Silva.

Os utilizadores estão no Reino Unido, Irlanda, Itália, Espanha, Austrália, Estados Unidos e Dinamarca. Pessoas que dependem da fiabilidade da tecnologia. "Há muitas pessoas que vivem disto, e temos de garantir que essas pessoas têm o que precisam para sobreviver. Estamos a contribuir para o ordenado dessas pessoas", sublinha Pedro Santos, ‘product owner' da empresa. Na Blip utiliza-se a chamada metodologia ‘Scrum' de desenvolvimento de ‘software'. Cerca de 20 equipas, com seis ou sete elementos, trabalham em ciclos de produção de duas semanas. O que interessa é entregar o trabalho no prazo e bem feito. O ‘product owner' distribui o jogo, ou seja, define os requisitos, é o elo de ligação entre a tecnologia e o negócio.

A empresa já deixou uma marca inovadora no mercado: "Temos uma funcionalidade que se chama ‘cash out', que foi feita toda aqui no Porto. Essa funcionalidade foi copiada por todas as casas de apostas que há lá fora. Ou seja, nós, como Betfair, introduzimos algo no mercado que foi disruptivo, mudou tudo, e tivemos todas as casas de apostas a quererem fazer algo igual", diz Pedro Santos. Em 2012, a Betfair - uma grande empresa britânica de apostas desportivas online -, que era o principal e, depois, o único cliente da Blip, decidiu comprá-la. Nenhum dos três fundadores permanece hoje na tecnológica que, apesar de fazer parte de um grupo internacional, se sente portuguesa.
"Brincar arduamente"
A Betfair investiu na Blip mais de 25 milhões de euros desde a aquisição. Mas nada mudou, a não ser um crescimento acelerado. A facturação duplicou para oito milhões de euros no ano fiscal de 2014. O número de colaboradores não pará de aumentar.

"Esse é o maior desafio", diz Pedro Teixeira, responsável pelos recursos humanos. "Uma coisa é termos 40 blippers, outra são 220." A empresa foi considerada uma das melhores empresas para se trabalhar no ranking da revista exame de 2015. "Na Blip valorizamos muito as pessoas, sabemos que a tecnologia aparece com pessoas por trás. Os blippers têm muita autonomia, gerem o seu próprio tempo, não existe um horário fixo, das 9h00 às 18h00". Uma cultura que permite andar de pantufas pelo escritório, jogar playstation a meio do dia, ou até descarregar energia num saco de boxe. "Temos muito jogos, algumas pessoas perguntam, ‘mas vocês só brincam e jogam?'. Nós trabalhamos arduamente, as pessoas que estão na Blip envolvem-se muito nos projectos e querem resultados, mas também brincamos arduamente, porque sabemos que é este equilíbrio que faz a diferença", diz gestor.

Um equilíbrio com o qual a empresa espera continuar a atrair talentos. E a contribuir, sempre a partir do Porto, para um grupo que processa mais de mil milhões de apostas desportivas por ano.

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[Sardinha]

Vou acrescentar outra parte da mesma notícia:

A Blip quer contribuir para desenvolver um hub tecnológico no Porto.
A tecnológica nasceu portuguesa e é gerida como tal. O investimento da britânica Betfair, desde 2012, tem-lhe permitido crescer. Uma forma interessante de trazer investimento externo para o País, diz Hélder Martins.
A Blip podia ter continuado portuguesa?
A Blip é portuguesa, não vejo a Blip como uma empresa estrangeira. É portuguesa, a forma como a empresa é gerida, como trabalhamos, como nos organizamos, somos perfeitamente autónomos. Acho interessante esta forma de trazer investimento externo, é uma das maneiras de fazer crescer o País, nomeadamente neste sector das tecnologias.

A compra pela Betfair foi uma forma de se financiarem?
Neste momento a Blip representa mais de 25 milhões de euros de investimento externo em cerca de três anos, que é um grande investimento no nosso país e nos nossos engenheiros. Somos um hub tecnológico da Betfair. Todos os sites que a Betfair opera são produzidos cá, e não só os sites, mas também todas as plataformas de suporte. Por isso, a Blip, pelas soluções tecnológicas que produz, é vital para a Betfair, que cada vez investe mais. Por isso passámos de 40 pessoas para 220 , e vamos chegar provavelmente aos 240, 250.

Vão continuar a fazer software apenas para apostas online?
Temos desafios constantes, quer pelo desenvolvimento de novas funcionalidades, quer pela melhoria dos produtos, quer pelo crescimento do mercado. Isso leva-nos a termos que repensar constantamente as nossas soluções. Por exemplo, no ano passado tivemos o campeonato do mundo e aumentámos em 43% o número de utilizadores. Isso quer dizer que são muitos milhões.

Quantos milhões?
Temos quatro milhões de utilizadores que usam os nossos produtos diariamente, e temos talvez 30 milhões que os usam durante um período de tempo mais alargado. É um desafio enorme do ponto de vista de engenharia e de escalabilidade das soluções. Por exemplo, num sábado à tarde, quando há jogos da liga inglesa e do campeonato português, fazemos mais transacções que a Bolsa de Nova Iorque numa semana.

Como é que olha para o sector das tecnologias de informação em Portugal?
Estamos a passar de uma fase em que havia uma cultura muito mais empresarial, para uma cultura mais de start-up, de quase Silicon Valley à nossa dimensão. Mas começa a haver essa cultura, principalmente aqui no Porto, e acho que é por aí que temos de ir. Vejo com muita esperança aquilo que está a acontecer neste sector.

Vamos ter mais empresas de base tecnológica a dar cartas a nível internacional?
Estamos a falar de ‘brainware', de criatividade, de pessoas, e isso não tenho dúvida que Portugal tem com fartura. Parece-me mesmo que vamos assistir a um ‘boom ‘de start-ups, e de empresas de tecnologia. No que toca à Blip, tentamos ao máximo fazer com que isso aconteça, e posso já adiantar que estamos a organizar uma conferência de tecnologia, para a qual convidámos outras empresas do Porto. Esperemos que seja uma coisa em grande, e que seja a primeira de muitas. Queremos criar um conceito de hub tecnológico no Porto, criar este sentido de comunidade.

Portugal vai conseguir reter os seus talentos, ou há o perigo de os perder?
Há esse perigo, de perdermos massa cinzenta, de perdermos talento. E empresas como a Blip, start-ups que estão a aparecer, têm de se tornar referências, não só para impedir que as pessoas abandonem o País, como para trazer pessoas de volta. Uma das coisas que estamos a tentar fazer é trazer pessoas de volta. Estamos numa missão de resgatar essas pessoas que o País perdeu.

http://economico.sapo.pt/noticias/ao-sabado-fazemos-mais-transaccoes-que-a-bolsa-de-nova-iorque-numa-semana_213074.htmlLer mais

[Sardinha]

É do conhecimento que a BLIP pertence à Betfair, contudo, foram raras as vezes em que a Blip admitia de forma tão vincada a ligação.
Podemos encontrar essa referência em notícias antigas mas quase sempre no máximo low profile possível.

É um sinal de mudança que a nova lei já começa a trazer.Ler mais

[Peter Castle]

Boas, têm disponível a notícia da Betclic no Jornal de Negócios?Ler mais

[frede marques]

A partir de agora os alguns dos problemas que existirem na betfair a nivel de software vou contactar a blip  (fixe) (fixe) (fixe) (fixe)Ler mais

[Sardinha]

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[sh4rk23]

Será que foram estes que desenvolvera a porcaria da nova API que se grega toda aos sábados nos cavalos?Ler mais

[Tiago Tomas]

é curioso eles terem falado nos sabado a tarde hahaLer mais