Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Estatística do Curso de Gestão da Faculdade de Economia da Universidade do Porto em 2005 por mim, Paulo Rebelo, e obteve uma classificação final de 18 valores
Introduzi-o no site porque tem conclusões relevantes sobre o factor casa no futebol.
Decidi publicar o estudo completo embora o mesmo esteja com linguagem técnica e apenas acessível a quem tenha conhecimentos de estatística.
Segue a introdução do mesmo:
O futebol é, actualmente, uma importante indústria. Os clubes de topo gerem orçamentos avultados. Sendo que os jogadores são profissionais e recebem muito acima da média da população e as regras são uniformes para todos os jogos, seria de esperar que as equipas atingissem iguais performances no seu estádio ou noutro campo qualquer.
Mas a análise estatística prova que isto não acontece. Existe um fenómeno chamado “factor casa” que faz com que as equipas obtenham melhores resultados quando jogam no seu estádio.
Este trabalho pretende medir a importância dessa variável no futebol. As causas, essas, terão que ser dadas provavelmente pela Psicologia (em concreto a Psicologia do desporto)…Resumo: O trabalho consistiu na análise da liga Portuguesa, Espanhola, Inglesa e Italiana de 2000 a 2005 e ainda na pontuação obtida por todos os campeões portugueses até à data.
Através da análise das últimas cinco edições destas ligas, podemos observar que, por exemplo, em média, as equipas conquistam 63% dos pontos em casa. Ou seja, do total de pontos obtidos 63% são conseguidos em casa o que representa quase o dobro dos pontos obtidos fora (37%). Este número obteve-se dividindo o total de pontos obtidos para cada equipa e para cada edição do respectivo campeonato num total de 382 observações.
Podemos afirmar que em Portugal, em média, as equipas conquistam 65% dos pontos em casa enquanto que em Inglaterra este número baixa para os 61%.
Portugal é, dos quatro países observados, aquele em que o factor casa representa um peso maior. A conclusão mais surpreendente que se pode retirar do estudo é que o factor casa tende a diminuir de importância quando estamos perante equipas de topo. A análise estatística prova que há uma correlação, ainda que ligeira, entre o factor casa e a classificação da equipa. A explicação mais simples de entender será dada lendo-se esta conclusão ao contrário:
as equipas menores estão mais dependentes do factor casa para pontuarem do que as equipas de topo. Por outras palavras, as equipas de topo são mais regulares, dependem menos dos jogos em casa para pontuarem. Para o caso Português foi observado o peso do factor casa das equipas campeãs desde o início da prova e chegou-se à conclusão que a média do factor casa para os campeões em Portugal é de 55%, enquanto que, essa média para todas as equipas do campeonato português é de 65%.
Paulo Rebelo
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