Muitas dúvidas e opiniões então aqui vai a minha:
1)Parece-me que se encontram 2 factores subjacentes em todo este processo, que são a Burocracia e os interesses naturais de uma atividade que é extremamente rentável para os Bookies/ Santa Home. Se bem me lembro os "Santos" nunca gostaram de concorrência. Nem as religiões gostam, quanto mais os santos....
2)É do interesse da ANAON a presença de operadores em Portugal, logo deduzo que a posição negocial tenha sido reflectida e baseada em informação que nós não temos acesso. Neste sentido parece-me que o não quererem arriscar o contacto da comunicação social se prende com perder a pouquíssima ligação que existe entre ANAON E SRIJ.
3)Por outro lado, isto parece uma luta entre o Leicester(ANAON), o Man Utd (SRIJ), o Man City (Bookies) e o Tottenham (Gambling Association). O Leicester ganhou um campeonato, mas a longo prazo os outros adversários vão ganhar mais vezes. Logo o estabelecimento de parcerias torna-se rentável a longo prazo.
3) O SRIJ tem sido passivamente punitivo e não proactivo. Será que se abrirmos fogo contra o SRIJ, ele responderá?E de que forma? Não é impossível, saber quem aposta por Brokers. O estado Português sempre foi forte com os fracos e fraco com os fortes e neste sentido pode efectivamente abrir uma porta para ser mais "proactivo" ou agressivo. O Estado Português viola a constituição inúmeras vezes para garantir rendimento e de certeza que alguém conhece situações onde o estado partiu do principio que o individuo é culpado sem sequer este ter espaço para provar que é inocente.
4) Os Bookies têm tido uma posição negocial semelhante á ANAON. Talvez eles também saibam que podem existir consequências para eles, em abrir fogo com o Estado Português. Penso que já houve pedidos de retroactividade de impostos em outros países (se não me engano Espanha).
5) Já houve conflitos e retrocessos entre Bookies e Governos, como a Grécia e o Chipre, penso eu. Situações que não geraram qualquer proveito para nenhum dos lados.
6)Portugal é um pais de aparências. É preferível visitar uma acompanhante à hora do almoço e ao domingo almoçar fora com a mulher, do que ser divorciado e dormir com quem quiser. Neste sentido, é preferível manter esta aura de puritanismo no jogo online do que ter o Negreanu ou o Tony Bloom em Portugal a injectar dinheiro em rendas, almoços fora, supermercados,etc,etc.
7)Para nós apostadores ( e maior parte perdedores, dos quais eu me incluo), parece ser uma situação inaceitável. E é. Mas nós somos quem tem menos poder na equação, e a base da sociedade é o Poder. O desejo de dinheiro é um sub produto para ter poder. Com poder compra-se sexo, contactos, influências, até falsas competências. Obtêm-se segurança para nós, para as nossas familias,etc.
As pessoas abdicam de muitas coisas mas raramente abdicam do poder. E neste caso ninguém vai abdicar do poder e nós infelizmente somos que têm menos.
8) Temos razões para sentirmos que nos passaram a perna. Podemos atribuir responsabilidades? Podemos. Isso altera alguma coisa? Pouco. Porque não estamos numa organização ou instituição com necessidade de eficácia e eficiência. Estamos entre Governos, Bookies, Associações,etc. Nós apostadores, somos o surfista corajoso no meio da tempestade.
9)Terá algum impacto a comunicação social? Não sei. Sei que ela depende de patrocínios, pois anda a competir com a internet e precisa de dinheiro como pão para a boca. Ela vai sempre optar pela Santa Home. Aliás muitas das noticias da Santa Home são colocadas em jornais desportivos em alturas estratégicas. Ela tem o poder. Nós não.
10)O fundamental é não nos virarmos uns contra os outros. Dividir para reinar é estratégia de há muitos séculos e não deve ser novidade para ninguém. Unidos, resilientes e com a noção que mesmo sendo o elo mais fraco, em quase todas as formas de entendimento da realidade (Economia, Física, Biologia), existe espaço para o menos poderoso intrometer-se e defender-se como pode e até alterar o sistema.
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